segunda-feira, maio 02, 2011

Um fascista a menos mas ainda muitos tipos de fascismos presentes no mundo

 

Não gosto do fascismo nem do terror. Não gosto do fascismo islâmico, nem do fascismo dos grupos de extrema-direita norte-americanos, nem do fascismo neo-nazi. Não gosto do terror dos gangs associados ao tráfico de droga no mundo. Não gosto dos fascismos disfarçados e dos seus múltilos rostos: do fascismo financeiro por exemplo: "É o fascismo que comanda os mercados financeiros de valores e de moedas, a especulação financeira, um conjunto hoje designado por economia de casino.

[…] por ser o mais pluralista é também o fascismo mais virulento porque o seu espaço-tempo é o mais refractário a qualquer intervenção democrática.[…] O fascismo financeiro em suas variadas formas e âmbitos é exercido por empresas privadas cuja acção está legitimada pelas instituições financeiras internacionais e pelos Estados hegemónicos. São um fenómeno híbrido para-estatal e supra-estatal. A sua virulência reside no seu potencial de destruição, na sua capacidade para lançar no estado natural de exclusão países pobres inteiros." (Boaventura de Sousa Santos, Reinventar a democracia, Cadernos Democráticos, 1998:37-41) Sublinho que a data deste livro não é um erro. É mesmo 1998.   

Também não gosto do terror de nenhuma forma. Não gosto do terror estalinista que nos anos 1930 levou gente como Bukharine, Zinoviev, Kamenev, Preobrajensky a "confessar" crimes imaginários.

Não gosto nem do terror de Robespierre que, em nome da "virtude" revolucionária, levou à guilhotina centenas de pessoas, nem do terror do Termidor que, no dia da execução de Robespierre e Saint-Just, atingiu 90 mortos num só dia; o máximo atingido na revolução francesa. Este é um terror que não costuma ser designado de terror. Não gosto dos fascismos anti-americanos, nem pró-americanos. Tal como não gosto do fascismo e do terror hitleriano anti-comunista e anti-judaico, não gosto to terror pró-israelita nem do terror pró-palestiniano, Tenho uma opinião pessoal sobre as suas diferentes razões de ser mas penso que nunca serão uma solução. Por maiores que sejam os actuais defeitos e insuficiências da democracia não serão nunca estes os meios de resolver e ultrapassar seja o que for.

Devemos talvez recordar Gandhi e Martin Luther King que defenderam a não-violência, pagaram por isso, mas conseguiram atingir uma boa parte dos seus objectivos com meios pacíficos.


por António Pinho Vargas Facebook

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