Presidente de Timor-Leste diz que agências de notação financeira especulam com a situação portuguesa.
O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse esta segunda-feira que o Governo de Sócrates foi vítima dos «abutres» das empresas de rating, que especulam com a situação portuguesa, mas não dão notação B aos Estados Unidos, que têm um défice «assustador».
«Do que eu tenho analisado ao longo dos meses, é óbvio que o actual governo de José Sócrates fez esforços enormes. São as agências de rating que manipulam, deliberadamente ou por pura ignorância, os mercados e levam a países que se têm de financiar nos mercados internacionais, como Portugal, a pagar juros excessivamente elevados, o que é totalmente inaceitável», sustentou o Presidente timorense.
«São as tais que não conseguiram ou não quiseram alertar os investidores para as falcatruas que se fizeram em Wall Street e em várias agências de investimento e bancos americanos, e para investimentos imobiliários especulativos, nos EUA, em Inglaterra, no Dubai. Por isso não têm credibilidade», disse, numa entrevista conjunta à Lusa e RTP em Díli.
Ramos-Horta considera «estranho» que as agências de rating «não falem na economia italiana, muito mais endividada do que a portuguesa, ou mesmo dos EUA».
O défice americano «é assustador», considerou. «Se por hipótese a China retirar de lá os seus investimentos, os Estados Unidos poderão pagar? Creio que não. Os chineses sabem-no e isso provocaria uma debandada em relação ao dólar, que não interessa a ninguém, muito menos a Timor-Leste que já está a sofrer desde há três anos com a depreciação do dólar que ocorre precisamente devido ao défice americano. Mas não vemos as agências de rating a dar notação B aos Estados Unidos», comentou.
Segundo o Presidente timorense, «obviamente que nem tudo está bem em Portugal, mas o que está mal tem vindo a ser corrigido».
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