tag:blogger.com,1999:blog-38702645.post5678632109785802447..comments2017-01-21T23:43:48.197+00:00Comments on Caminhando...: Receita para um Feliz Ano NovoLenaLorosaehttp://www.blogger.com/profile/10632565388710642542noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-38702645.post-47022330974900786682008-02-16T05:45:00.000+00:002008-02-16T05:45:00.000+00:00TIMOR: CONFLITOS INTERNOS E INTERESSES ESTRANGEIRO...TIMOR: CONFLITOS INTERNOS E INTERESSES ESTRANGEIROS <BR/><BR/><BR/>Barbedo de Magalhães<BR/>professor catedrático da Faculdade de Engenharia <BR/>do Porto e presidente do IASI <BR/>Em 18 de Janeiro de 2008, dia seguinte ao do lançamento do seu livro sobre Timor na Fundação Mário Soares, o autor teve uma longa conversa com o embaixador da Austrália em Lisboa. Preocupado com a situação em Timor, disse ao embaixador que considerava imprescindível que o novo primeiro-ministro, Kevin Rudd, um velho amigo de Timor e um amigo pessoal de Ramos-Horta, controlasse as forças australianas colocadas em Timor, e os seus serviços secretos. De facto, em governos anteriores, estas tinham estado mais ao serviço da Austrália e de interesses económicos de algumas petrolíferas do que da estabilidade e da democracia no novo país.<BR/><BR/>A ineficácia dos serviços de informações das forças internacionais, quase exclusivamente australianas, que não souberam prever e evitar os ataques contra as duas principais figuras do Estado timorense, nem capturar ou neutralizar os militares que apoiavam o major Reinado, é um sinal de que, até ao dia do atentado, a política herdada do Governo anterior ainda não tinha sido mudada no terreno.<BR/><BR/>Convém não esquecer que em Março de 2002 o Governo de Howard retirou a Austrália dos tribunais internacionais relacionados com fronteiras marítimas. Em Dezembro desse ano, uma semana depois do MNE Downer ter ameaçado o PM timorense de lhe dar uma lição de política, a casa de Alkatiri foi revistada por um australiano e incendiada. A fúria de Downer contra Mari resultava de este não ceder às excessivas e ilegais exigências australianas relativamente ao petróleo do mar de Timor.<BR/><BR/>Aos exacerbados interesses económicos estrangeiros soma-se uma diferença de estratégias e um conflito quase permanente entre Mari e Xanana.<BR/><BR/>Ela vem dos anos oitenta, quando Xanana substituiu a política radical e exclusivista da Fretilin, por uma política mais realista e abrangente, de inclusão de todos os timorenses, mesmo que colaborassem com o ocupante. Nesse quadro assumiu o compromisso de que Timor-Leste não se tornaria numa "ameaça à estabilidade da área" e de que se oporia à eventual tomada de poder por qualquer partido hegemonista e pouco democrático.<BR/><BR/>A Constituição foi feita para marginalizar Xanana do processo político. Esta marginalização, os conflitos com a Igreja e o clima de medo criado pelo ex-ministro Lobato contribuíram fortemente para a eclosão da crise de 2006. A reacção de Xanana, tipicamente de guerrilheiro, também não foi a mais feliz.<BR/><BR/>Ao afirmar que o actual governo, de maioria parlamentar, era ilegítimo, Alkatiri continuou a tentar destruir politicamente um líder essencial para Timor. Com isso enfraqueceu a democracia, debilitou o estado e contribuiu para que este ficasse ainda mais dependente de forças e interesses estrangeiros. <BR/><BR/>(1) Barbedo de Magalhães, António Pinto - Timor-Leste - Interesses internacionais e actores locais. Afrontamento. Porto, 2007Anonymousnoreply@blogger.com