segunda-feira, abril 25, 2011

25 de ABRIL, Sempre!

               

O 25 de Abril foi comemorado de Norte a Sul do país de domingo para segunda-feira com concertos, fogo de artifício e marchas um pouco por todo o país.

Cavaco, Sampaio, Soares e Eanes juntaram-se no Palácio de Belém para assinalar o 37.º aniversário da Revolução dos Cravos numa cerimónia que acabou assim por ‘substituir' a tradicional sessão solene comemorativa na Assembleia da República, que este ano foi cancelada depois da dissolução do Parlamento.


Como estão distantes os ideais de Abril!...

Distantes no tempo mas, sobretudo, distantes da vida 'democrática' que hoje vivemos.
Não foi para chegarmos a esta situação que os Capitães de Abril fizeram a revolução.
Dos 3 D's apenas 2 se podem considerar atingidos, a Descolonização e a Democratização.
Quanto ao Desenvolvimento, estamos longe de o atingir. Basta ver a situação económico-financeira em que o país se encontra mergulhado!

Esta democracia que agora temos tem muitas deficiências - sobretudo ao nível da distribuição da riqueza e da igualdade.

O povo português tem de tomar nas suas mãos o destino do país. E tem agora, a 5 de Junho, oportunidade de mostrar o seu desagrado, a sua indignação, para com a classe política e os partidos.

O descrédito nos partidos que têm dividido entre si os lugares na Assembleia da República é tão grande que só uma votação duma maioria muito grande da população e uma participação mais activa da sociedade civil permitirão ultrapassar.

 
"Para aqueles que dizem que "não foi para isto que se fez o 25 de Abril", eu contraponho: "o 25 de Abril não chegou a fazer-se". Os antibióticos têm de ser tomados até ao fim das doses prescritas, para matar os agentes infecciosos. Na sociedade portuguesa, a meia dúzia de cápsulas tomadas à pressa em 1974, deixaram resquícios totalitários e fascistoides, que os democratas não conseguiram nem sabem como controlar. Tal como o virus da SIDA, vivem escondidos no sistema linfático do estado mascarados de "defesas". Enquanto se mantiverem inimputáveis, não digam que vivemos em democracia, porque... não é verdade. Eu qq dia falo das minhas experiências. Por agora, não me levem a mal que faça como Pilatos, e lave daí as minhas mãos. Não tenho mais corpo para dar às balas".


quinta-feira, abril 21, 2011

Governo português é vítima dos «abutres» do rating


Presidente de Timor-Leste diz que agências de notação financeira especulam com a situação portuguesa.

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse esta segunda-feira que o Governo de Sócrates foi vítima dos «abutres» das empresas de rating, que especulam com a situação portuguesa, mas não dão notação B aos Estados Unidos, que têm um défice «assustador».

«Do que eu tenho analisado ao longo dos meses, é óbvio que o actual governo de José Sócrates fez esforços enormes. São as agências de rating que manipulam, deliberadamente ou por pura ignorância, os mercados e levam a países que se têm de financiar nos mercados internacionais, como Portugal, a pagar juros excessivamente elevados, o que é totalmente inaceitável», sustentou o Presidente timorense.

«São as tais que não conseguiram ou não quiseram alertar os investidores para as falcatruas que se fizeram em Wall Street e em várias agências de investimento e bancos americanos, e para investimentos imobiliários especulativos, nos EUA, em Inglaterra, no Dubai. Por isso não têm credibilidade», disse, numa entrevista conjunta à Lusa e RTP em Díli.

Ramos-Horta considera «estranho» que as agências de rating «não falem na economia italiana, muito mais endividada do que a portuguesa, ou mesmo dos EUA».

O défice americano «é assustador», considerou. «Se por hipótese a China retirar de lá os seus investimentos, os Estados Unidos poderão pagar? Creio que não. Os chineses sabem-no e isso provocaria uma debandada em relação ao dólar, que não interessa a ninguém, muito menos a Timor-Leste que já está a sofrer desde há três anos com a depreciação do dólar que ocorre precisamente devido ao défice americano. Mas não vemos as agências de rating a dar notação B aos Estados Unidos», comentou.

Segundo o Presidente timorense, «obviamente que nem tudo está bem em Portugal, mas o que está mal tem vindo a ser corrigido».

DAQUI

Compra de dívida portuguesa tem acordo de Xanana e Alkatiri - Ramos-Horta


O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje que a iniciativa timorense para a compra de dívida portuguesa, com outros países, tem a concordância do primeiro ministro, Xanana Gusmão, e do líder da oposição, Mari Alkatiri.

"O que eu propus, em consonância com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e com o líder do principal partido da oposição, Mari Alkatiri, é uma iniciativa inovadora na história financeira moderna", disse.

O Presidente timorense adiantou que o primeiro ministro, Xanana Gusmão, tem-se envolvido em diligências nesse sentido, nomeadamente na sua recente deslocação ao Brasil.

"Conversou com a Presidente Dilma sobre isso e ela reagiu muito positivamente e esperamos sensibilizar também os angolanos para este projeto", disse o chefe de Estado timroense em entrevista conjunta à Lusa e RTP em Díli.

Ramos-Horta afirma que Timor-Leste sozinho pode comprar "alguma dívida portuguesa, como já investiu na dívida soberana australiana, grega ou italiana".

"Para nós é um investimento, como temos estado a investir ao longo de cinco anos, sem grande lucro, nas promissórias do tesouro americano", explica.

O Presidente timorense prefere uma ação concertada com o Brasil e Angola e, eventualmente com outros países, "para moralizar um pouco" o mundo financeiro internacional.

"Numa segunda fase, podemos mesmo mobilizar a China para combater essa onda especulativa porque também interessa aos chineses pôr um travão nisso", admite.

É, no entanto, no quadro da CPLP que Ramos-Horta preconiza a intervenção, apontando o Brasil, Angola e possivelmente Moçambique, para além de Timor-Leste, como os países que podem comprar dívida portuguesa, por negociação direta com o governo português que sair das próximas eleições.

Ramos-Horta referiu o caso concreto do Brasil, "que foi um país endividado e que no passado sofreu muito com o FMI, e hoje tem grande liquidez e uma economia emergente à escala mundial", e também de Angola, que "tem também liquidez" e "poderio" proveniente do petróleo e dos diamantes, além de Timor-Leste, "com uma dimensão muito menor, mas também com alguma liquidez".

Em relação ao Brasil, Ramos-Horta salienta que "tem de defendido ao longo dos últimos anos uma nova ordem económica internacional, mais justa", pelo que "é a altura de fazer por isso".

"Quanto a Angola, não me parece que haja dificuldades, até porque já está a investir fortemente em Portugal, mas ainda não conversámos sobre isso, o que deveremos fazer numa próxima deslocação àquele país", esclareceu.


MSO
Lusa